AdSence

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ser Belorizontino

Você sabe como se escreve Belorizontino.
Você sabe que a Savassi não fica na França.
Você já participou de pelo menos um campeonato de Peteca.
Você já tentou dar a volta na Lagoa da Pampulha de bicicleta partindo da frente do Iate, do PIC ou do Museu. (Existem lendas vivas que conseguiram).
Você acha a maravilhosa vista da Orla da Lagoa da Pampulha a coisa mais normal do mundo.
Você acha a maravilhosa vista da Serra do Curral a coisa mais normal do mundo.
Você acha que ver montanhas no horizonte é uma coisa totalmente corriqueira.
Você sabe por que a Serra do Curral chama-se Serra do Curral.
Você já andou de bicicleta ou patins no estacionamento do Mineirão ou na Praça do Papa.
Você já foi ao Mineirão pelo menos uma vez, nem que tenha sido naquelas excursões básicas da escola.
Você sabe que o verdadeiro nome do Mineirão é Estádio Governador Magalhães Pinto.
Você sabe que Redondo não é um cara gordo.
Quando alguma coisa é muito engraçada, você racha os bico.
Quando alguém fez alguma coisa muito bem, esse alguém teve as manha.
Você sabe que quando alguém te chama para ir ao Mc Donald’s, vocês não vão apenas lanchar. (Comentário p/ quem não é de BH: quando a galera vai ao Mc Donald’s fica lá umas 3 horas, então lancha e fica lá mais 3 horas…).
Para você o Mc Donald’s é o ponto de encontro. Principalmente o da Savassi e o do Ouro Preto. (Comentário p/ quem não é de BH: Savassi e Ouro Preto são bairros. Muitas vezes a galera junta no Mc Donald’s e não come nada).
Você sabe o que é um coreto.
Você vai à Praça da Liberdade ver a iluminação de Natal. Ou você pelo menos tenta. Porque é impossível estacionar o carro, então você fica dando voltas ao redor da praça com o carro no meio de um congestionamento monstro tentando ver os detalhes.
Você já fez pão de queijo ou já viu alguém fazer pão de queijo.
O pão de queijo da sua avó é o melhor.
Todo domingo você almoça na casa da sua avó.
6 entre cada 10 amigos seus tem pelo menos 1 banda de rock (Muitos tem 3,4…)
Você sabe que a natureza é implacável, porque se o cara nasce mané, ele cresce mané, ele morre mané.
Você conhece pessoas que medem as distâncias com morros. Ex.: “Daqui até lá são 3 morros.”
Você sente vertigem em lugares planos.
Você não tem mar por isso vai ao bar.
Você não sabe o que é maresia.
Você acha que homens se vestirem de mulheres e vice-versa e irem para a Afonso Pena algumas semanas antes do Carnaval é normal. (Fenômeno conhecido como Banda Mole) [Comentário para quem não é de BH: Afonso Pena é uma avenida de BH].
Comemorar as vitórias dos times na Savassi é tradição. Não só a vitória do seu time como também a derrota do rival.
Você vai ao Shopping pelo menos 1 vez na semana.
Quando alguém te chama para ir ao BH, você entende o que essa pessoa quer dizer.
Férias de Janeiro significa ir para a praia. (Cabo Frio ou Guarapari.)
Você sabe que a Feira Hippie não tem nada a ver com Woodstock e que lá praticamente não tem hippies.
Quando alguém te chama para tomar um cafezinho na casa dele “qualquer dia desses” você sabe que você nunca irá na casa desse alguém.
Você sabe de cor o telefone do Telepizza Mangabeiras.
Uai é ponto final, ponto de exclamação e vírgula.
Trem é a palavra curinga.
Você já deve ter dito a frase: “Eu fui ali no trem coisar o troço.”
Qualquer um é veio, ou véi.
Você tem um churrasco para ir todo final de semana.
Você adora ir ao Mineirão ou Mineirinho quebrar um recorde básico de público.
O Parque Guanabara faz parte da sua infância.
Você já sentiu a força da gravidade na Rua do Amendoim.
Você já fez caminhada ecológica para ver as cachoeiras da Serra do Cipó.
Você não vê nada de estranho em uma Igreja em forma de montanha.
Você já foi soltar papagaio na Praça do Papa.
Você já andou de pônei no Parque Municipal.
Você sabe que o nome: “Pirulito da Praça 7″ é obsceno mas é tão comum que Você simplesmente esquece isso.
Você sabe que Pampulha é uma região e não um bairro.
Você pode até não gostar de café, mas você já foi ao Café 3 Corações
O dia 15 de agosto é feriado para você.
Você entende a música Garota Nacional do Skank.
Você já deve ter encontrado a Fernanda Takai do Pato Fu pelas ruas de BH. (Se nunca encontrou, não preocupa porque fatalmente você vai encontrar).
Você sempre conhece alguem do Skank, Pato Fu, Jota Quest ou até Tianastácia.
Você já foi ao Mercado Central comprar bichinhos. (Principalmente Hamsters e Porquinhos da Índia)
Quando você entende alguma coisa você fraga.
Você sabe quando está sendo mascado. (Na maioria da vezes…)
Você não agüenta mais a quantidade de semáforos sem nenhum sentido lógico.
Você sabe que a Seis Pistas não tem nem nunca vai ter Seis Pistas [Comentário - Seis Pistas é um segundo point de BH um local onde se encontram algumas das melhores boates e casas de shows].

Se você não entendeu absolutamente nada desse texto, bem-feito, você não tem o prazer de morar em Belo Horizonte!

Mas se você entendeu pelo menos a metade…. Parabéns! Você realmente é Belorizontino!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Texto Base (versão 0.2)

Utopia & Realidade
 
Desde 1789, o espírito republicano imaginou para Minas uma nova capital. Em sucessivas tentativas ao longo do século XIX esse desejo voltava à tona, mas só foi possível com a proclamação da república. Naquele momento, a utopia republicana produziu em Minas seu primeiro grande gesto, a construção de uma nova cidade, uma nova capital, construída segundo os padrões do urbanismo, área do conhecimento que então dava seus primeiros passos e se pretendia a solução para os problemas das cidades. Nessa mesma cidade, 50 anos depois uma outra utopia(ou seria a mesma) começa na Pampulha, palco em que Niemeyer e JK iniciam a simbólica parceria que culminaria na construção de Brasília, na tentativa de implementação dos ideais modernistas e desenvolvimentistas que levariam o Brasil ao panteão das nações desenvolvidas. Entre todas essas épocas nosso país viveu períodos de repressão violenta, note-se que não houve tempo para que tais realizações fossem discutidas, para se absorver o que cada uma produziu de melhor e corrigir o que cada uma trouxe de pior. Com a volta da democracia, conseguida a duras penas e ainda em consolidação, Belo Horizonte aparece novamente como lugar de experiências importantes no sentido de uma "prática utópica", ou seria de uma “realidade sonhada”? A participação popular e a produção cultural intensa talvez sejam a melhor expressão dessa nova utopia, uma utopia mais concreta pois surge dos desejos diversos, da tangência entre necessidades individuais e coletivas.
 
O Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura de 2009 ocorrerá em Belo Horizonte. Um tema recorrente, um tema sempre novo, a escolha da temática Realidade & Utopia está intimamente ligada à profissão a ser exercida por estes estudantes e à cidade onde se dará o encontro. Não é sem razão que o ENEABH 2009 escolheu uma inesgotável fonte dedebates e práticas para estruturar suas atividades, como forma de contemplar as mais diversas atribuições e interesses do futuro arquiteto e urbanista, definiu-se o tema(realidade & utopia), de maneira transversal a quatro eixos básicos:
 
-Um eixo voltado para as questões da estesia, das artes, da poética, voltado para a sensorialidade na arquitetura.
-Um eixo voltado para a escala da cidade, do urbano e de todas as questões sociais, políticas e econômicas a ele relacionadas.
-Um eixo voltado para as discussões e ações do projeto arquiteônico e paisagístico contemporâneo e às relações da escala humana com o projeto.
-Um eixo voltado às discussões históricas e críticas da arquitetura, ao pensar.
 
Dentro de todos estes eixos serão promovidas, simultaneamente, atividades diversas que discutirão a interface Realidade/Utopia. É fundamental compreender que os eixos não são categorias estanques, compreender que eles se interrelacionam e definem um foco para a estruturação do encontro. O objetivo básico é permitir ao participante, futuro arquiteto e urbanista, a possibilidade de se aprofundar em áreas de seu especial interesse ou de transitar entre as áreas diversas segundo seu desejo. Enfim, o objetivo é permitir, é oferecer por meio do exercício da liberdade de escolha, a construção da utopia de cada um.